123 anos de Abolição

O Ministério da Cultura, que por meio da Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC) – criada em 1988 – promove a preservação, a proteção e a disseminação da cultura negra, marca presença nas atividades culturais, seminários e rodas de conversas realizadas em todo o país. Amanhã (14), a ministra Ana de Hollanda participa, no Bembé do Mercado, em Santo Amaro, às 18h, do lançamento do livro A Tradição do Bembé do Mercado, de Jorge Veloso. Depois, às 19h, a ministra acompanha as atividades de capoeira, maculelê e lindroamor.
Já o presidente da FCP, Eloi Ferreira de Araújo, participou hoje, às 9h, da abertura da II Jornada Brasileirafro, quando falou sobre o Estatuto da Igualdade Racial e as ações culturais para o segmento. “O Estatuto é um instrumento estruturante para a inclusão da população negra em todos os ambientes da atividade humana e é fundamental para a consolidação da democracia”, lembrou Ferreira no evento.
Para o presidente da Fundação Palmares, apesar de avanços consideráveis na garantia e proteção aos direitos individuais, é preciso fazer mais. “Após 123 anos da abolição formal da escravatura, a bandeira de luta pela cidadania do povo negro levantada pelo grande líder Zumbi dos Palmares continua tremulando no Brasil”, assegura.
Zumbi dos Palmares
Principal ícone da resistência negra à escravidão, Zumbi dos Palmares é uma das lideranças lembradas hoje. Ele nasceu em 1655, no estado de Alagoas e liderou o Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas no Brasil Colonial. Localizado na região da Serra da Barriga, atualmente integra o município alagoano de União dos Palmares.
Considerado um dos grandes líderes de nossa história, Zumbi lutou também pela liberdade de culto religioso e pela prática da cultura africana no Brasil. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra.
Comemorações
A Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), também vinculada ao MinC, realiza, no próximo dia 17, em sua sede no Rio de Janeiro, das 10 às 14h, o seminário Abolição Hoje. O evento, composto de seminário e exposição, pretende contribuir para o estudo do movimento abolicionista, e do período pós-abolição da escravatura, como história cultural.
Em seguida, às 16, a FCRB inaugura a mostra Rui Barbosa abolicionista”. Nela será revelada, por meio de documentos inéditos da FCRB, a participação do ilustre jurista na linha de frente do movimento parlamentar, e também no underground abolicionista, apoiando, abertamente, a abolição incondicional e os quilombos abolicionistas. Em seu jardim, Rui Barbosa cultivava Camélias, um dos símbolos da luta pela abolição.
O museu Casa de Portinari também terá programação especial em comemoração ao dia da abolição da escravatura. Nesta sexta-feira, 13 de maio, o poeta da cidade paulista de Brodowski Evaristo Bento da Silva, o Tim, foi o convidado para declamar poesias de Castro Alves para duas séries da escola municipal de Ipuã Professor Osvaldo Francelin, em São Paulo. Dentre os poemas declamados pelo poeta , o “Navio Negreiro“ escrito por Castro Alves em 1868, foi um marco do escritor na defesa da libertação dos escravos.
Outras festividades

Também em São Paulo, o Museu Afro Brasil realiza, até o dia 29 de março, a exposição do Grande Mural dos Orixás – Carybé. A mostra, em homenagem ao centenário de nascimento do artista Carybé, apresenta 19 painéis vindos de Salvador (BA) para o evento comemorativo.
No mesmo espaço também acontecerá, entre os dias 24 a 27 de maio, o I Encontro Afro Latino. O evento tem como objetivo aprofundar o diálogo a respeito das formas como os museus representam o continente africano por meio de suas elaborações conceituais-curatoriais.
Em Porto Alegre, a livraria Sapere Aude Livros, promove, às 19h, a palestra Autobiografia como libertação: literatura e identidade afro-americana com objetivo de discutir o papel da literatura na formação da identidade dos negros norte-americanos. O palestrante Robertson Frizero, é escritor e tradutor de Autobiografia de um Ex-Negro, um dos livros fundamentais da literatura afro-americana, originalmente publicado em 1912.
(Texto: Marcos Agostinho, Ascom/MinC)
(Imagens: Divulgação/FCP e blog “Candomblé”)
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